sábado, 15 de novembro de 2008

Amazônia: 45% das espécies ameaçadas

Quase metade das espécies de árvores da Amazônia podem ser extintas até 2100 se as emissões mundiais de dióxodo de carbono continuarem aumentando. A temperatura média global pode subir 4,5 graus e o impacto imediato será a falta de água que, já em 2050, pode afetar de 1,6 a 2,6 bilhões de pessoas. A estimativa assustadora foi anunciada ontem, em Brasília, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês).

– O aquecimento global é inequívoco – afirmou Martin Parry, do IPCC. – Para o Brasil ainda há muita incerteza, mas já temos evidências científicas que não só o Nordeste, mas o Sul do país sofrerá com a falta de água.

Para evitar os piores impactos, o IPCC afirma ser necessário um acordo mundial para que todos os países reduzam 80% de emissões de gases até 2050. Eles levarão essa proposta para a reunião de Copenhagen, na Dinamarca, que ocorrerá em dezembro de 2009 para fechar um acordo climático que substituirá o Protocolo de Kioto.

Responsabilidade brasileira

De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre, o desmatamento na Amazônia é responsável por 55% das emissões brasileiras. O quadro torna-se ainda mais grave quando constata-se que 70% desse desmatamento ocorre de maneira ilegal. Já a agricultura é responsável por 25% das emissões, sendo que a maioria vem das emissões do gás metano do rebanho bovino brasileiro, o maior do mundo, com mais de 200 milhões de animais. O setor de energia é responsável por 17% das emissões.

Para Nobre, o Brasil deveria concentrar-se no combate ao desmatamento da Amazônia. O país ainda não tem tecnologia para diminuir a produção do metano.

– A condição do Brasil, de ser o quarto maior emissor, nos obriga a assumir responsabilidades – acredita Nobre. – Mais de 50% do PIB brasileiro depende dos recursos naturais renováveis, mas o PIB brasileiro associado com o desmatamento é de apenas 1%.

O pesquisador defende que os países desenvolvidos recompensem financeiramente os países em desenvolvimento que reduzirem as emissões por desmatamento. Uma diminuição de 50% da devastação mundial custaria de US$ 17 bilhões a US$ 30 bilhões.

– O Brasil já tem 750 mil km² de área desmatada – afirmou Nobre. Um terço desta área está desocupada. Então deveria ser usada para atividades agrícolas. A redução do desmatamento não tem impacto na economia brasileira.

Crise mundial

Os especialistas do IPCC acreditam que ainda é cedo para saber as consequências que a crise financeira mundial trará para o meio ambiente. Mas as expectativas não são boas.

– As lideranças políticas terão outras prioridades – acredita Parry. – É verdade que em tempo de recessão sociedade e governo preocupam-se mais com o padrão de vida do que com qualidade de vida. Mas esse tema é muito importante e se não pensarem em um plano que seja sustentável em tempos de recessão, ele não será sustentável em momento algum.

O Plano Nacional sobre Mudança no Clima do Brasil deve ficar pronto até dezembro. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, existe uma pressão das organizações ambientais para que sejam estabelecidas metas. O Itamaraty, no entanto, é resistente à idéia porque não acha justo que o Brasil estipule metas sem ter garantias de compensação tecnológica e financeira.
(Fonte: Luciana Abade / Jornal do Brasil)

31 / 10 / 2008
ambientebrasil.com.br
Fonte: http://www.cptec.inpe.br/mudancas_climaticas/

Ação humana causa aquecimento nos pólos, diz estudo.

Uma pesquisa publicada hoje na revista Nature Geoscience demonstra, pela primeira vez, que a ação humana é responsável pelo significativo aumento da temperatura nos pólos nas últimas décadas. O aquecimento no Ártico e na Península Antártica (região mais ocidental do continente) já havia sido comprovado antes, mas as mudanças não foram atribuídas diretamente à influência do homem, que permanecia como uma das hipóteses possíveis, mas sem comprovação.


Os cientistas da Universidade de East Anglia (Inglaterra) utilizaram dados sobre temperatura obtidos na superfície das duas regiões. Para o Ártico, foram considerados registros de janeiro de 1900 a julho de 2008. Já na Antártida, só estavam disponíveis dados a partir de 1950. Criaram-se quatro modelos para identificar as causas do aquecimento. Quando a variável ?ação humana? era desconsiderada nas simulações, os modelos não explicavam de forma satisfatória o aumento da temperatura.


O principal autor do trabalho, Nathan Gillett, considera muito importante diminuir a emissão dos gases causadores do efeito estufa. ?Seriam necessários séculos para reverter o processo de aquecimento, mas podemos reduzir os impactos?, afirma Gillett. Peter Stott, que também participou do estudo, considera que muitas pessoas ainda não reconhecem as mudanças climáticas como um problema. Para Jefferson Simões, do Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do sul, a questão ambiental no Brasil costuma estar sempre centrada na Amazônia.

O Estado de S. Paulo.
SÃO PAULO, 31 de outubro de 2008
Fonte:http://www.cptec.inpe.br/mudancas_climaticas/

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Projeto analisa impacto das mudanças climáticas na produção de energia

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está participando do projeto “Mudanças Climáticas e Energias Renováveis”, financiado pela Petrobras dentro de sua Rede Temática de Mudanças Climáticas. O projeto congrega pesquisadores de várias instituições brasileiras, que estão nesta segunda-feira (4/8) reunidos no CENPES – Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio de Janeiro, para discutir e avaliar os resultados alcançados pelo estudo e planejar as próximas fases desta atividade de pesquisa interdisciplinar.

Além do INPE, participam a Embrapa Informações na Agropecuária, a Unicamp, a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável e a Universidade de Salvador. O projeto visa produzir uma análise em alta resolução espacial do impacto das projetadas mudanças climáticas no potencial de diversas fontes de biomassa para fins energéticos e da energia eólica no território nacional. Esta análise poderá subsidiar políticas energéticas de médio e longo prazo para o país.

A nova realidade mundial, com a crescente necessidade de mitigar as mudanças climáticas, exige mudanças importantes no consumo de energia, sendo que a bionergia e energia eólica surgem como alternativas viáveis para alteração da matriz energética.

Nos últimos anos, desenvolveu-se no Brasil a capacidade de gerar cenários de mudanças climáticas sobre a América do Sul em alta resolução espacial. Neste estudo, os cenários regionalizados para a América do Sul gerados pelo INPE com modelos climáticos regionais serão utilizados para dois cenários de emissão de gases de efeito estufa do IPCC, cenários A2, de maior emissão, e B2, de menor emissão, para o Século XXI.

No campo da bionergia e biocombustível, este estudo avalia a resposta a cenários climáticos atuais e futuros para oito culturas agrícolas com alto potencial para a produção de bioenergia e bicombustíveis e consideradas representativas para país: algodão, cana-de-açúcar, girassol, soja, mamona, dendê, amendoim e canola.

A metodologia utilizada neste estudo considera os mesmos parâmetros do zoneamento agrícola em 2007 e simula como as culturas irão responder às mudanças climáticas projetadas para o Brasil para avaliar como as áreas e os municípios serão afetados pelos efeitos térmicos e hídricos.

No caso da cana-de-açúcar, a base para a avaliação dos impactos será o zoneamento estabelecido pelo Ministério da Agricultura que leva em consideração não somente os parâmetros climáticos, mas também os de solos, relevo, destinação de áreas agrícolas para produção de alimentos versus bionergia, áreas de preservação permanente e áreas de alta biodiversidade nos diversos biomas brasileiros. Espera-se que o aumento da temperatura promova um crescimento da evapotranspiração e, conseqüentemente, um aumento na deficiência hídrica, na ausência de aumentos significativos da precipitação pluviométrica, com reflexo direto no risco climático para a agricultura. Por outro lado, com o aumento das temperaturas, ocorrerá uma redução no risco de geadas no sul, sudeste e sudoeste do país, acarretando um efeito benéfico às áreas atualmente restritas ao cultivo de plantas tropicais.

A dinâmica climática deverá causar uma migração das culturas adaptadas ao clima tropical para as áreas mais ao sul do país ou para zonas de altitudes maiores, para compensar a diferença climática. Ao mesmo tempo, haverá uma diminuição nas áreas de cultivo de plantas de clima temperado do país. Resultados preliminares indicam que um aumento da temperatura próximo a 3°C causará um possível deslocamento da cana-de-açúcar para áreas de latitudes mais altas.

No que concerne à energia eólica, em mais de 71.000 km2 do território nacional as velocidades de vento são superiores a 7 m/s à altura de 50 m acima da superfície —altura típica para os aerogeradores— tornando o Brasil um dos países com o maior potencial de geração de energia eólica do mundo. Entretanto, as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global podem modificar as circulações atmosféricas próximas à superfície e afetar o potencial eólico. Cenários de mudanças dos ventos para o final do Século em alta resolução espacial para os cenários A2 e B2 do IPCC e modelagem matemática em alta resolução permitirão estimar como o potencial eólico será alterado e há indicações preliminares de que pode haver diminuição deste potencial.

Fonte:http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=1537

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Resposta de Minc em relação à matéria publicada no Jornal O Globo (23/08/2008).

Ao contrário do que foi publicado pelo jornal O Globo, no sábado passado (23 de agosto de 2008), não haverá plantio de canaviais e nem a instalação de usinas de cana no Pantanal. O Zoneamento Agroecológico da cana, cuja discussão ainda não terminou, vai estipular que:

1) No Bioma Amazônia não haverá nenhuma nova usina de cana, apenas continuarão na região as quatro já existentes há mais de dez anos, como em Roraima e no Acre;

2) No caso do Pantanal, serão mantidas as proteções já definidas nas leis estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e na Resolução Conama. Além disso, em torno do Bioma Pantanal, será criado uma faixa de exclusão para além do Bioma Pantanal.

E mais: após essa faixa de exclusão, serão ainda tomadas medidas para mitigar o impacto das atividades econômicas já instaladas na região há mais de dez anos, como, por exemplo, o chamado plantio direto de cana, que gera menos movimento de terra e menos assoreamento, e a redução progressiva do uso de agrotóxico, visando a sua eliminação.

Portanto, repetindo: não haverá qualquer nova usina de cana no Pantanal nem tampouco qualquer plantio de cana. E as defesas ambientais atuais ainda serão ampliadas, tanto do ponto de vista geográfico quanto tecnológico.

Na discussão de quatro horas do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, na Comissão de Agricultura da Câmara Federal, na semana passada, os temas Pantanal e plantio de cana sequer foram mencionados. Todo o debate girou em torno do decreto que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais. Dos seus 162 artigos, os deputados pediram mais prazo e condições para cumprir o Código Florestal, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste do país, onde as propriedades já são integralmente exploradas economicamente.

Carlos Minc
Ministro do Meio Ambiente

Via email

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Meia Amazônia Não!


Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que autoriza a derrubada de 50% da vegetação nativa em proprideade privadas na Amazônia. Além disso, legaliza praticamente todos os desmatamentos que derrubaram cerca de 700 mil quilometros quadrados da área original de floresta- o equivalente a 3 estados de São Paulo. O projeto também desobriga os responsáveis do desmatamento de recuperarem o que derrubaram.
Há um abaixo-assinado contra esse projeto no site
www.meiaamazonianao.com.br, sendo uma iniciativa do Greenpeace. Na página também encontra-se um texto sobre o problema.
Assine e passe a frente.

Carta criada no ano 2070.

Resposta do meio ambiente!















Criação da Quadra, de Florianópolis, para o jornal O Estado um anúncio feito para o Dia da Mata Atlântica que mostra o dedo central para o problema do desmatamento. A peça mostra imagem de troncos de árvores cortados que lembram um dedo médio em riste e tem como título “É a natureza respondendo a quem agride o meio ambiente”.
Alexandre Guedes, diretor de criação da Quadra ressalta que “Já não dá mais para ser bonzinho com esse assunto e contemporizador. É preciso chamar atenção de uma maneira mais contundente para as ações indiscriminadas contra o meio ambiente. O que fizemos foi nos colocar no papel da natureza e desabafar.
O anúncio de meia-página foi veiculado dia 27 de maio, no dia da Mata Atlântica.
Fonte: www.izip.com.br/blog/jornal-o-estado-faz-anuncio-para-o-dia-da-mata-atlantica/